quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

SOCIEDADE MATRIARCAL

Sociedade matriarcal é um termo aplicado às formas ginecocráticas de sociedade, nas quais o papel de liderança e poder é exercido pela mulher e especialmente pelas mães de uma comunidade.A etimologia de matriarca deriva do grego mater ou mãe e archein (arca) ou reinar, governar. Apesar de fontes arqueológicas confirmarem amplamente a existência de divindades femininas, a realidade de uma sociedade matriarcal é por vezes contestada.

O suíço J. J. Bachofen realixou um estudo, no qual, com base em fontes documentais e arqueológicas o autor defende que a maternidade é a fonte de toda as sociedades humanas, religião, moral e decoro. Ele teorizou sobre um "direito-de-mãe" dentro do contexto de uma religião matriarcal. A obra exerceu grande influência nas gerações seguintes, e sobre autores como Jane Ellen Harrison, Arthur Evans, Walter Burkert, Merlin Stone, Robert Graves, Marija Gimbutas e Joseph Campbell.

A possível existência foi também sugerida no século XIX, em 1861, quando o arqueólogo britânico Sir Arthur Evans descobriu a Civilização Minoica e afirmou tratar-se de uma sociedade matriarcal, pois a religião cretense baseava-se exclusivamente na adoração de divindades femininas, confirmando a ideia de uma religião matriarcal.

Essa afirmação foi enfatizada por outras pesquisas arqueológicas quando os pesquisadores da chamada Era do Gelo (40.000 - 10.000 a.C.) descobriram grande quantidade de estátuas femininas conhecidas como vênus ou Estatuetas de Vênus e identificaram-nas como representações de Deusa mãe.

Uma das mais conhecidas representações é a Vênus de Willendorf. Alguns sugerem que a corpulência representa um elevado estatuto social numa sociedade caçadora-coletora e que, além da possível referência à fertilidade, a imagem podia ser também um símbolo de segurança, de sucesso, bem-estar e proteção. Para os antigos, que viviam dependentes da agricultura e dos ciclos da natureza, a fertilidade proveniente da natureza era a ideia mais imediata da divindade generosa que fornecia frutos, e a fertilidade feminina é por isso associada à Divindade. Na mitologia antiga são consagrados também os mitos femininos das deusa-mãe, valquírias, erínias, harpias e a deusa da sabedoria, inteligência e da guerra, a deusa Atena, entre muitos outros. As sacerdotisas (Diotima de Mantineia, Temistocleia) ou pitonisas (Pítia), as amazonas ou mulheres guerreiras, matemáticas (Hipátia de Alexandria, Teano) constituem exemplos de relevantes figuras femininas da sociedade grega.

Vênus de Willendorf

Sociedades Matriarcais nos dias atuais:


  • No Brasil, o percentual de mulheres chefes de família cresceu 79% em dez anos, passando de 10 milhões em 1996 para 18 milhões em 2006.
  • Na China contemporânea, no povoado mosuo de 30 mil pessoas, às margens do Lago Lugu, há uma sociedade matriarcal, onde não existem os papéis de pai ou marido. A propriedade particular e o nome da família são passados de mãe para filha; os homens fazem as atividades domésticas e são comandados pelas mulheres.
  • Na Indonésia, o povo Minangkabau é da parte oeste da ilha e a sociedade é matriarcal. A propriedade segue a linhagem de mãe para filha e o sobrenome é sempre o materno. A manufatura é principal atividade dessas artesãs que fazem sarongues bordados com fios dourados.


Clarisse Ribeiro
nº7

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