quarta-feira, 29 de março de 2017

Análise do filme "Laranja Mecânica" segundo a psicologia behaviorista

Resultado de imagem para laranja mecanica filme analise psicologicaO que significa o título “Laranja Mecânica”? Ao pé da letra, o título original (Clockwork Orange), significa “Laranja com Mecanismo de Relógio”. O título alude, pois a um “mecanismo de relógio” – clockwork – algo que nos remonta a uma visão mecânica, artificial, robótica, programável. Orange – laranja, nos leva, particularmente, a ver semelhança, no inglês, com a palavra “orang – utan“, ou seja, um macaco (no caso alaranjado, mesmo), uma criatura, um animal. No final das contas, seria uma alusão ao procedimento behaviorista utilizado pelos cientistas do filme para reintegrar à sociedade o jovem Alex, considerado como um “animal” e, por isso mesmo, “domesticável”.

A Laranja Mecânica, produzido em 1971, ficou proibido em vários países. No Brasil, só foi liberado pela Censura em 1978. Baseado no romance homônimo de Anthony Burguess é, de fato, um filme perfeito. Tudo nele se encaixa com perfeição – cenários, locações, figurinos, atores, fotografia e música – para criar um ambiente aparentemente distante do nosso, um mundo caótico e sombrio em que Alex, um jovem inglês que lidera um grupo de delinqüentes, sai pelas madrugadas usando alucinógenos, espancando mendigos idosos e violentando mulheres, entre outros desatinos. Tudo em clima de pura diversão e sarcasmo.

Numa de suas investidas, o bando comete um homicídio, o que leva o líder Alex para uma casa de detenção. Condenado a catorze anos de prisão pela morte de uma mulher, o jovem esquiva-se do assédio de homossexuais e da violência dos outros prisioneiros. Para conseguir um melhor tratamento, auxilia o capelão do presídio nas atividades religiosas. Ao saber que está sendo utilizado um novo método “Método Ludovico”, de recuperação de prisioneiros que garante a liberdade imediata, Alex candidata-se de imediato, contra a vontade do capelão e do diretor do presídio. Tratando assim o mais puro behaviorismo, que consiste em “condicionar” o paciente a rejeitar todo comportamento “anormal”. Alex é colocado num palco onde se obrigam a assistir filminhos com cenas de violência inegável. Mas antes dessas sessões cinematográficas, injetam-lhe um medicamento que lhe provoca insuportável náusea. Associando as cenas ao mal-estar físico, ele neutraliza sua agressividade natural e se transforma num “cidadão modelo”. (O fundamento desse programa é a teoria do condicionamento, elaborada pelo fisiologista russo I. Pavlov no início do século XX e desenvolvida mais tarde por J. B. Watson e B. F. Skinner, psicólogos norte-americanos que criaram o paradigma comportamentalista na Psicologia.).

Em A Laranja Mecânica temos um excelente exemplo de como utilizar certos conhecimentos da Psicologia para o exercício do controle social.


Tiago Ribeiro nº18

Estádios de desenvolvimento para a Psicologia

Como é do conhecimento de todos, as crianças, à medida que evoluem vão se ajustando à realidade circundante, e superando de modo cada vez mais eficaz, as múltiplas situações com que se confrontam.
Os sucessivos ajustes da criança ao longo do seu desenvolvimento devem interpretar-se em função daquilo que Piaget define como estádios de desenvolvimento na sua Teoria Cognitiva, sendo estes:
1 - Sensório-motor,
2 - Pré-operacional,
3 - Operatório concreto
4 - Operatório formal

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1 – Sensório – motor (0 aos 18/24 meses de idade)
Neste estádio a criança procura adquirir controlo motor e sentir os objectos físicos que a rodeiam. Assim pode-se dizer que a actividade cognitiva é essencialmente uma experiência imediata.
Assim podemos dizer que as principais características deste estádio são: a exploração manual e visual do ambiente; a experiência obtida com acções; a inteligência prática; as acções ocorrem antes do pensamento; a centralização no próprio corpo e a noção de permanência do objecto.

2-Pré-operacional (2 aos 6 anos)
Neste estádio a criança já não depende unicamente de suas sensações, dos seus movimentos, mas já distingue uma imagem, palavra ou símbolo do seu significado.
Deste modo, já e capaz de relacionar os objectos com outras coisas. Tal aspecto tem como consequência o desenvolvimento da representação que cria as condições necessárias para a aquisição da linguagem.
Importante realçar que apesar de tudo a actividade sensório – motora não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem. Algumas das características da criança deste estádio são: o egocentrismo; o facto de não conseguir colocar-se no lugar do outro; não aceita a ideia do acaso, tudo tem que ter uma explicação, e por isso é designada idade dos porquês; deixa-se levar pela aparência.

3- Operatório concreto (7 aos 11 anos)
Neste estádio a criança deixa de confundir o real com a fantasia. É nesta altura que a criança adquire a capacidade de realizar operações. A criança começa a lidar com conceitos abstractos como os números e relacionamentos. Assim, este estádio é caracterizado por uma lógica interna consistente e pela habilidade de solucionar problemas concretos, isto porque, já possui uma organização mental integrada. Deste modo, Piaget já fala em operações de pensamento em vez de acções. Devido ao estruturamento do pensamento dá-se o desenvolvimento da linguagem, e deixa de existir monólogo passando ao diálogo interno.
É ainda nesta fase que a criança começa a dar grande valor ao grupo de pares, devido ao decréscimo do egocentrismo, adquirindo valores tais como a amizade, companheirismo, partilha, etc. Facto que ajuda a criança a, progressivamente, desenvolver capacidade de se colocar no ponto de vista do outro.

4 – Operações formais (11/12 aos 15/16 anos)
A transição para o estádio das operações formais é bastante evidente, dadas as notáveis diferenças que surgem nas características do pensamento. Assim, a grande novidade do nível das operações formais é que o sujeito torna-se capaz de raciocinar correctamente sobre proposições que ainda considera puras hipóteses.
Aqui a criança começa a raciocinar lógica e sistematicamente e, deste modo, este estádio é definido pela habilidade de ser capaz de desenvolver o raciocínio abstracto dando possibilidade ao pensamento hipotético dedutivo.
É nesta fase que a criança desenvolve a sua própria identidade, podendo haver, neste período problemas existências e dúvidas entre o certo e o errado.

Tiago Ribeiro nº18

Jean Piaget e o seu método

O estudo do desenvolvimento do ser humano constitui uma área do conhecimento da Psicologia cujas proposições nucleares concentram-se no esforço de compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço, conforme mostra a  linha evolutiva da Psicologia, tem culminado na elaboração de várias teorias que procuram reconstituir, a partir de diferentes metodologias e pontos de vistas, as condições de produção da representação do mundo e de suas vinculações com as visões de mundo e de homem dominantes em cada momento histórico da sociedade.
Resultado de imagem para jean piagetDentre essas teorias, a de Jean Piaget (1896-1980), que é a referência deste nosso trabalho, não foge à regra, na medida em que ela busca, como as demais, compreender o desenvolvimento do ser humano. No entanto, ela se destaca de outras pelo seu caráter inovador quando introduz uma 'terceira visão' representada pela linha interacionista que constitui uma tentativa de integrar as posições dicotômicas de duas tendências teóricas que permeiam a Psicologia em geral - o materialismo mecanicista e o idealismo - ambas marcadas pelo antagonismo inconciliável de seus postulados que separam de forma estanque o físico e o psíquico.
Um outro ponto importante a ser considerado, segundo estudiosos, é o de que o modelo piagetiano prima  pelo rigor científico de sua produção, ampla e consistente ao longo de 70 anos, que trouxe contribuições práticas importantes, principalmente, ao campo da Educação - muito embora, curiosamente aliás, a intenção de Piaget não tenha propriamente incluído a idéia de formular uma teoria específica de aprendizagem (La Taille, 1992; Rappaport, 1981; Furtado et. al.,1999; Coll, 1992; etc.).

Tiago Ribeiro nº18

António Damásio, o neurocientista das emoções


António Damásio, o neurocientista das emoções

   
   António Damásio tornou-se com evidência um dos grandes nomes da medicina mundial. Profícuo investigador no campo da neurociência, emergiu como providencial na abordagem ao processo decisional pelo qual o ser humano passa inúmeras vezes. Nesse caminho de quase cinco décadas, foram várias as empreitadas científicas que contaram com este cunho luso. Reverente perante a arte e irreverente no estudo da humanidade, Damásio consolida-se hoje como um dos mais importantes pensantes no cruzamento da psicologia social com a medicina investigativa e ativa.

      Nas suas investigações, Damásio destaca-se por propor um grupo de hipóteses inovadoras quanto ao funcionamento do cérebro, baseando-se para isso no estudo do comportamento de doentes com lesões cerebrais. Assim, desenvolveu trabalhos de pesquisa onde analisa as consequências de uma lesão nos lobos pré-frontais num acidentado em 1848. É neste âmbito que surge o caso de Phineas Gage, operário cujo cérebro fora perfurado por uma barra de metal e sobrevivendo a este incidente, que perde a capacidade de tomar decisões e que vê as suas emoções alteradas. Neste, confirma-se que os processos cognitivos em pleno funcionamento não são suficientes para que se garantam comportamentos sociais e pessoais equilibrados. Assim, enquanto processos como a memória, a perceção ou a inteligência são estudados e posicionados, ampliam-se os horizontes do estudo de António Damásio, em que se vai além da envolvência pessoal e social do comportamento.

Trabalho realizado por:
Maria João nº14 TªA

 

 

quarta-feira, 1 de março de 2017

PIAGET: O CONSTRUTIVISMO

Piaget procurou descobrir como é que o conhecimento se organiza e estrutura.
As suas pesquisas levam-no a descobrir que o conhecimento é um processo interativo que envolve sujeito e meio, e que ocorre em etapas sequenciais, a que Piaget dá nome de estádios de desenvolvimento cognitivo. A passagem de estádio para o outro constitui um passo para se atingir a inteligência abstrata. Esses estádios são: estádio sensório-motor, estádio pré-operatório, e o estádio das operações formais.
Piaget concebe o sujeito como tendo um papel ativo na construção do conhecimento - construtivismo (cognitivismo) - opondo-se à conceção behaviorista  em que o sujeito é um recetor passivo das influências do meio. Introduz a ideia de que o desenvolvimento resulta da interação entre as estruturas inatas do sujeito e o meio- interacionismo- contrariando o facto de que o desenvolvimento cognitivo de um ser é unicamente determinado por uma destas duas dimensões, como defendia o inatismo e o empirismo (esta última defendida pela behaviorismo). Piaget introduz, assim, o conceito de sujeito ativo.
Piaget defende uma perspetiva psicogénica do conhecimento, atribuído ao indivíduo um papel ativo na construção do conhecimento, e na polémica que opõe o inatismo ao empirismo, ele propõe uma dialética interativa:
A interação com objetos irá permitir ao sujeito construir estruturas- estruturalismo- cada vez mais complexas, através das quais se adapta progressivamente ao meio- funcionalismo- ou seja, as estruturas servem para o sujeito se adaptar ao meio.
Piaget considera o desenvolvimento cognitivo como um processo psicobiológico, uma vez que a sua finalidade é a adaptação (assimilação- da experiência à mente- e acomodação - da mente à nova experiência- ao meio) ao meio(equilibração- estados de equilíbrio de adaptação cada vez mais estáveis)
A psicologia genética de Piaget põe em evidência os aspetos qualitativos do pensamento: até então considerava-se que as diferenças de inteligência entre indivíduos eram apenas quantitativas (por exemplo, pensava-se que o adulto era mais inteligente que a criança), mas Piaget vem salientar a importância das diferenças qualitativas(um adulto pensa de um modo diferente da criança)


Clarisse Ribeiro nº7