segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A RELAÇÃO PRECOCE MÃE-BEBÉ

Durante muito tempo pensava-se que a relação mãe-bebé fundava-se apenas na satisfação das necessidades do recém-nascido: eram os cuidados maternos que lhe asseguravam a sobrevivência (alimentação, higiene, proteção...). As novas conceções do recém nascido- ser ativo com um conjunto de competências- e a importância dada as interações humanas em psicologia vieram demonstrar que a relação mãe- bebé assume uma grande importância no equilíbrio psicológico da personalidade da pessoa.
De facto o bebé é encarado de diversas maneiras: para Piaget o bebé é um ser dinâmico, interage ativamente com o meio envolvente, o período sensório-motor é de fulcral importância uma vez que é decisivo no processo de desenvolvimento intelectual, além de que os esquemas conquistados neste estádio vão ser interiorizados permitindo a formação dos esquemas do pensamento; já para Freud, o bebé é movido por pulsões de caráter sexual e é na relação mãe-bebé que o bebé vai satisfazer as suas necessidades fisiológicas e emocionais, a estruturação da personalidade  inicia-se no estádio oral
, sendo a forma como sete período é vivido na relação com a mãe que vai marcar muitas características da personalidade; para Erikson, na primeira idade, opõem-se sentimentos positivos- confiança face aos outros e ao mundo- e negativos - desconfiança e medo- sendo a relação com a mãe decisiva no desenvolvimento destes sentimentos. Aforma como se resolve a crise desta idade vai marcar a personalidade futura.
A aprendizagem social inicia-se na relação mãe-bebé (pois é a mãe quem é o primeiro agente de socialização). Durante o primeiro ano de vida, o bebé procura satisfazer as suas necessidades inatas nesta relação: ela irá condicionar o seu desenvolvimento ao nível da identidade , autoconfiança, relacionamento com o mundo, capacidades para lidar com situações novas e problemáticas. A qualidade da relação é de extrema importância na capacidade que o bebé desenvolverá para estabelecer relações interpessoais.
O bebé é um ser ativo que procura, logo de inicio, instintivamente, a estimulação sensorial das suas capacidades inatas, e é junto da mão que as primeiras estimulações sensoriais se irão realizar. Esta procura de estímulos pelo bebé é hoje considerada pelos psicólogos como uma motivação inata, não muito diferente a fome ou da sede, e está na origem da maturação inicial do sistema nervoso do bebé. A estimulação precoce inclui uma gama variada de estímulos como o contacto e conforto, os sons e imagens, e a linguagem (linguagem maternal).

Estudos etológicos

Harlow, Spitz estudaram em primatas a importância da relação mãe-bebé, em particular, a necessidade de contacto, de conforto e as consequências da carência afetiva materna os etólogos estão de acordo que, ao contrario de que se pensava, a relação mãe-bebé assume extrema importância no equilíbrio psicológico e na construção da personalidade da pessoa. As investigações demostraram que o bebé necessita de estabelecer laços privilegiados, relações de vinculação com uma pessoa que geralmente é a mãe. Um meio afetivamente compensador, e estimulante, vai permitir que as crianças interajam com os outros seres humanos aprendendo  viver em sociedade, desenvolvendo as suas potencialidades. O modo como decorre o desenvolvimento e o processo de socialização são marcados pela qualidade afetiva destes primeiros tempos de vida.


Clarisse Ribeiro nº7

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