terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Consciência moral

«Os filósofos investigaram em que sentidos se pode falar de uma voz da consciência e, sobretudo, qual é a origem de tal “voz”.
São Tomás [de Aquino] fala da consciência moral como um “espírito que corrige e orienta a alma”, espírito que indica se um ato é justo ou não.
Filósofos modernos, como os empiristas ingleses referiram-se à consciência moral como uma sanção corretora dos nossos atos (ou como a ideia antecipada de tal sanção). A partir de Wolff e Kant a consciência moral foi interpretada, cada vez mais, como uma faculdade que julga a moralidade das nossas ações.
Vários autores tenderam a identificar a consciência moral com o sentimento moral. Mais recentemente a conceção da consciência moral seguiu fielmente as linhas gerais das correspondentes doutrinas éticas: os intuicionistas éticos basearam-na na chamada intuição moral; os utilitaristas definiram-na em função do bem-estar da maioria, etc. Scheler considerou que a noção filosófica de consciência moral é um eco deixado pela crença religiosa.
Quanto às origens da consciência moral encontramos as seguintes conceções:
1) A consciência moral pode ser concebida como inata. Neste caso, supõe-se que pelo mero facto de se existir, todos os homens possuem uma consciência moral.
2) A consciência moral pode ser concebida como adquirida. Pode considerar-se que se adquire pela educação a partir de potencialidades morais inscritas no homem ou pode suportar-se que se adquire no decurso da história, da evolução natural, das relações sociais, etc. Uma consequência desta teoria é a de que o seu conteúdo depende por sua vez do conteúdo natural, histórico, social, etc.
3) A origem da consciência moral pode ser atribuída a uma entidade divina. Supõe-se em tal caso que Deus depositou no homem a “centelha da consciência”, por meio da qual se descobre se um ato é justo ou injusto.»
4) A origem da consciência pode atribuir-se a uma fonte humana. Por sua vez, esta fonte humana pode ser concebida ou como natural, ou como histórica, ou como social.
Também se pode considerar que essa fonte é individual ou social.
5) O fundo do qual procede a consciência moral pode ser racional ou irracional. Estas duas posições combinam-se com qualquer uma das anteriores, dependendo da ideia que se tiver da estrutura racional ou irracional das respetivas fontes.»
Tiago Martins n.º19 12.ºA

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