Desenvolvimento Psicossexual
Durante vários anos, era dado como facto que as crianças não possuíam qualquer tipo de sexualidade, e que esta era exclusivamente para os adultos. Foi então que Sigmund Freud propôs a Teoria do Desenvolvimento Psicossexual, que afirmava que as crianças também tinham sexualidade, e que esta teria um impacto enorme na sua vida adulta. Desde o nascimento até ao fim da puberdade, a criança experimenta várias mudanças na sua sexualidade, que está diretamente ligada à aquisição de competências psicológicas vitais. Freud organizou esta evolução da sexualidade da criança em diferentes estádios:
1º Estádio: Oral (0 a 12/18 meses)
Neste estádio, o bebé obtém prazer através da boca, pelo que é a sua zona erógena. Enquanto o bebé "chupa" ou "suga" ou faz comportamentos semelhantes, a sua tensão baixa, ou seja, o stress baixa, e induz-se o sono ou relaxamento, que é um mecanismo de defesa contra o "medo de perda da mãe". O
primeiro conflito que o bebé encontra é o desmame, pelo que é a primeira cedências às exigências sociais. Neste momento, o bebé é governado pelo ID, totalmente inconsciente, irracional e impulsivo, pelo que procura apenas o prazer e uma maneira de o obter o mais rapidamente possível. Problemas neste estádio podem ter repercussões na fase adulta, como agressividade verbal, impaciência e abuso de certas substâncias.
2º Estádio: Anal (12/18 meses a 3 anos)
Neste estádio, a zona erógena é o ânus, pelo que o bebé obtém prazer ao satisfazer as suas necessidades higiénicas e orgânicas. O primeiro desafio que a criança encontra neste estádio é o uso da sanita. Aqui pode notar-se o início da formação do EGO, (parcialmente inconsciente, tenta ser moral e lógico) e do SUPEREGO, (parcialmente inconsciente, ligado às normas e ideias morais), marcado pelo controlo dos músculos que fazem possível a excreção, e o medo de ser castigado pelos pais. A criança tem então duas hipóteses: aceitar a condição social, ou expressar rebeldia. Esta rebeldia pode causar traumas profundos na personalidade da criança na fase adulta, como a avareza, obstinação e tendência compulsiva para a organização.
3º Estádio: Fálico (3 a 6 anos)
Neste estádio, a criança começa a manipular os genitais para obter prazer, pelo que desenvolve curiosidade. É nesta fase que a criança desenvolve uma atração pelo sexo oposto, que pode resultar, nos homens, no Complexo de Édipo, onde a criança sente rivalidade em relação ao pai no que toca ao amor da mãe. Aqui pode notar-se a ação de uma mecanismo de defesa do EGO, ou seja, a identificação, onde o rapaz tenta imitar o pai para indiretamente satisfazer a sua necessidade sexual, em conjunto com o recalcamento das suas pulsões sexuais que sente para com a mão. A ultrapassagem deste complexo é o último momento da evolução do SUPEREGO. Problemas na ultrapassagem deste complexo pode levar à vivência da sexualidade com um sentimento de culpa na fase adulta. Este problema pode até culminar no medo do sexo.
4º Estádio: Latência (6 a 11 anos)
Paras Freud, o estádio de latência é um intervalo de tempo onde existe uma acalmia sexual, ou seja, uma suspensão da sexualidade. Este estádio remete para a necessidade dos pais em desencorajar a sexualidade dos filhos. Se o desencorajamento da sexualidade for bem sucedido, a criança vai suprimir a sua sexualidade e dedicar a sua energia sexual na escola, nos amigos e outras atividades que não requerem sexualidade.
5º Estádio: Genital (Puberdade)
Na puberdade, as energias sexuais reprimidas no estádio anterior voltam e trazem com elas todos os conflitos anteriores, o que explica a razão pelo qual a adolescência é um período tão difícil na vida de uma pessoa. Neste estádio, é finalmente possível manter um relacionamento sexual equilibrado com o sexo oposto. Finalmente a ideia narcisista dos primeiros momentos da sexualidade são substituídos pelo desejo da satisfação mútua das partes envolvidas. Aqui, o ID e o SUPEREGO vivem agora em constante conflito pelo controlo da realidade, ou seja, do EGO. Para Freud, este é o ponto de chegada da sexualidade, onde a evolução está finalmente acabado e a criança é agora um indivíduo totalmente formado.
João Miguel Freitas Oliveira nº10
Marco Aurélio Ferreira Peixoto nº11
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